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terça-feira, 4 de outubro de 2016

ÁLBUM DE FAMÍLIA : vozes de familiares, parentes e amigos


















Assis, 1953. 
Comemoração do aniversário da Vó Negrinha. 
( gravação de vozes em disco 78 rpm , na Rádio Difusora ) :

Prof. ELISEU
WALTER DOS SANTOS
JARBAS
NORMA

 
















Santos, 1962. 
Aniversário dos meus 14 anos.
( gravação de vozes ) :

Vô  JOÃO
 
 
Guardo lembranças muito fortes de meu avô, como homem íntegro, letrado e bem formado que era. Um ótimo orador.
Gostava de usar chapéu e não saía sem ele.
Foi professor, diretor de escola em Santos, depois "Inspetor de Alunos"  ( na época em que essas palavras indicavam o 'Delegado de Ensino' ). Recordo-me que falava de andar a cavalo e pegar canoas para visitar e inspecionar as escolas mais distantes da orla litorânea paulista, como Cananéia.
Na infância, recebi dele séria cobranças nos estudos. Passava-me as lições mais difíceis e as cobrava com rigor. Depois, já na minha mocidade, introduziu-me espetacularmente na Literatura, especialmente nos "Sermões" do Pe. Antonio Vieira  -  muitos deles ele 'declamava na ponta da língua' e fazia-me acompanhar, frase por frase, pelo livro.
Contaram-se outros parentes que foi primo em 2º grau de João Alves, um dos três 'pescadores' da imagem de N.Sa. Aparecida, no Rio Paraíba.
Foi admirador Plínio Salgado e partidário do Integralismo. Candidatou-se à vereança em Assis  [pelo então PRP - Partido de Representação Popular , onde também residiu, no exercício de sua profissão.
Já bastante idoso, com a saúde abalada por osteoporose  ( usava um corpete para aprumar a coluna vertebral ) e pela visão, foi residir numa casa de idosos, em São Paulo, cedendo-me o seu 'kitnet' no José Menino ( em Santos ), logo que me casei.
Através de fotos muito antigas, vejo que me levava, junto com a Vó "Negrinha", a passear em Campos do Jordão e São Lourenço.
Teve uma casa em Aparecida  (onde morava sua irmã  Maria), bem na frente do terreno onde foi construída a Basílica Nacional  -  ali me fotografaram, com meu irmão Eduardo, no inicio de sua construção. Faleceu em Santos, no seu kitnet, sendo enterrado no Cemitério Areia Branca. Anos depois, transladei seus ossos para  Aparecida-SP.








Santos, 1962. 
Aniversário dos meus 14 anos.
( gravação de vozes ) : 

Prof. MÁRIO CITTADINI




O professor Cittadini conheceu meu avô nas praias do José Menino, durante sua passagem pelo Brasil, retornando da Argentina e de volta à Itália. Ficaram amigos e meu avô o levou em casa para conhecer toda a família.
Foi quando ele gravou essa mensagem.
Posteriormente ele nos levou a conhecer o transatlântico em que viajava  -  foi a primeira vez que entrei dentro de um monstro desse, no porto de Santos.
Fiquei impressionado com o camarim, com os salões de jogos e festas, com a piscina, com o salão onde proferia suas palestras, como professor da Universidade de Roma.
Não me recordo o nome do transatlântico.







Santos, 1962. 
Aniversário dos meus 14 anos.
( gravação de vozes ) : 

JARBAS 
        ( pai )







Meu pai... amigo, meu orientador...
Nascido em Taubaté, casou-se em Santos e, posteriormente, foi morar em Assis, quando meus avós se mudaram pra lá. Ele nunca conseguiu se 'desgarrar' dos seus pais. 
Apesar de filho de professores, não seguiu essa carreira.
Trabalhou como encadernador de livros : os livros eram costurados e eu o ajudava a costurar os fascículos, com as laçadas e nós como deviam ser  -  recebiam capa de papelão, recoberta com papel apropriado e cantoneiras de couro -  o rótulo era marcado com letras de tipo e ferro quente e folhas de ouro (que  se desfaziam sob qualquer vento, até mesmo da respiração. 
Comprou, depois, uma granja onde criava galinhas para vender ovos. Foi uma época muito feliz para minha mãe.
Após a morte de minha avó Maria Teresa ( 'Negrinha' )e o retorno de meu avô para Santos, voltou também com a família. Aí, ambos montaram uma firma, junto com um sócio de Campinas, para construção de casas na Praia Grande-SP... o tal sócio passou-lhes a perna, porque os dois nunca tiveram 'sorte' com negócios.  Eu gostava de confeccionar, em papel vegetal e tinta nanquim, as plantas dos imóveis para serem aprovados na prefeitura.
Morou na Napoleão Laureano nº 74, depois na Carlos Gomes nº 254, depois na Rua Alemanha nº 93 (em S.Vicente-SP). Voltou para Assis-SP, após a morte de meu avô.
Fumava muito  -  morreu com câncer.
Foi sepultado na cidade que o acolheu e onde se sentiu mais feliz.








Santos, 1964.
( gravação de choro de nenê ) :

CLÁUDIA



Minha irmã caçula, 6ª filha do casal  Jarbas-Norma.










Santos, 1964.
( gravação de vozes ): 

NORMA  ( mãe )
conversando com MARIA TERESA







Aparecida, 1979.
( gravação de vozes )

BÁRBARA
 

















Aparecida, 1980.
13 de maio :  aniversário da Anita.
( gravação de vozes )

HIDEO Jr
BÁRBARA
DOROTHEA
ROSÂNGELA



 










Aparecida, 1980.
Julho.
( gravação de vózes )

NORMA
     ( mãe  )




As lembranças que guardo de minha querida mãe, são as de uma mulher batalhadeira, mãe extremamente zelosa com os filhos, sempre na cozinha e no fogão, pois era uma doceira "de primeira" categoria. 
Fazia e confeccionava bolos artísticos ( aniversários, noivados, casamentos ) e  docinhos confeitados com muita arte e perfeição  ( 'nêga maluca', brigadeiro, japonesinhas, cajuzinhos, 'grande otelo' ... ).  Pegava encomendas também em cidades distantes.
E foi assim que nos formou na Faculdade.
Teve 6 filhos.  Eu, o "mais velho", a ajudava com os trabalhos domésticos : varria e encerava a casa ( lustrava-a com enceradeira), tirava pó dos móveis, limpava as persianas, preparava e dava as mamadeiras para os irmãos.  A troca de fraldas e o asseio era ela quem fazia nas crianças.
Gostava da casa limpa e perfumada. 
Apreciava música clássica, mas também curtia bailes no Clube Recreativo de Assis.
Era alegre, conversadeira, educada, culta, esbanjava autoestima, vaidade, trajava-se com elegância ao sair, gostava de usar brincos, colares, pulseiras e não podia faltar um delicioso perfume Avon.
Ela foi o braço direito, o braço esquerdo, as pernas e os músculos de toda a família.
A diabetes perseguiu-lhe a vida.
Faleceu num hospital de Marília, ao saber que suas duas pernas (gangrenadas) seriam amputadas. Não suportou a triste notícia...
Foi sepultada em Assis, na campa junto com meu pai.
Conservei muitas fotos e seus documentos pessoais -  e uma escova, ainda com alguns fios de seus cabelos  [ - tudo jogado no lixo, maldosamente e por vingança, durante uma contenda familiar de separação, em 2010 ].












À medida em que for recuperando essas vozes ,das fitas originais onde foram gravadas, e compondo os clipes, irei acrescentando-os aqui.