http://www.jornalolince.com.br/2010/fev/pages/arqueologia-recriando-egito.php
http://static.recantodasletras.com.br/arquivos/2261055.pdf
Conheça a história do
" Museu do Egito "
dos irmãos Vilela :
http://jarbasvilela.blogspot.com.br/2014/11/egiptomania.html
Texto da gravação para a visitação de grupos ao
"Museu do Egito" :
Prezado visitante :
Seja bem-vindo ! - 'Ahlã uassahlã', como hoje se diz no Egito.
Você sabe que todas as Ciências estão vinculadas a explicações do Universo.
As Ciências explicam o porquê dos fenômenos.
Toda ciência tem uma área de estudo própria, que se chama "campo fenomênico".
O campo fenomênico da História (ciência da qual tratamos), chama-se "fato histórico" e fato histórico são todos os acontecimentos que exerceram influência na evolução da humanidade.
Mas para nós conhecermos o passado é preciso buscar elementos dos fatos ocorrido nas fontes históricas.
Cada objeto que você está vendo é uma fonte histórica... e cada um deles foi analisado e explorado por especialistas e historiadores, para que pudessem compreender a mentalidade do homem que viveu antes de nós, a sua maneira de pensar e sentir, em função do meio cultural e social que o formou.
A função de um museu não é guardar coisas velhas, sem utilidade e sem valor : esse conceito demonstra uma profunda ignorância.
Os museus existem para preservar monumentos e documentos históricos.
Neles, a História é viva, atuante.
Neles, você estuda o desenvolvimento humano, que fêz de nós o que somos e nos colocou na situação cultural, econômica, social e política na qual estamos.
Neles, você verifica que a História é um processo sem fim... e que você é uma síntese e autor da História.
Este museu tem a finalidade de informar, instruir e orientar pesquisas, no âmbito das investigações arqueológicas.
Tem a finalidade de auxiliar professores e estudantes, de todos os níveis, no ensino e aprendizagem da Antiguidade.
Tem a finalidade de mostrar os tesouros e as múmias dos faraós aos que não têm possibilidades de apreciar "in loco" as maravilhas artísticas dos nossos longínquos antepassados.
Você acaba de dar um gigantesco salto no tempo e na História.
Você retrocedeu para o ano 3.800 antes de Cristo.
Você está no nordeste da África : a região é agreste, deserto inóspito !
Mas, cortando esse deserto está o abençoado Rio Nilo, com suas cheias regulares que fertiliza a terra ribanceira.
Em torno desse 'extenso oásis', sedentarizaram-se várias tribos, procedentes de regiões diversas, que constituíram "nomos", depois reinos e, por fim, um império - consolidado por MENÉS.
Você está no Egito dos faraós !
Para melhor conhecer esse Egito, você poderá acompanhar, por esta gravação, uma sucinta apresentação dos principais objetos deste museu.
Ao fim da gravação, você poderá rever, por conta própria, os detalhes de cada objeto ou realizar sua pesquisa individual.
"Do alto destas pirâmides, 40 séculos vos contemplam; tendes aqui um dever a cumprir : pesquisar" !
Napoleão Bonaparte - 1798.
À entrada do museu,
estão pinturas a pastel representando os três grandes construtores das pirâmides de Gizé :
KHUFÚ, KAFRÁ e MENKAURÁ, que viveram em torno de 2.700 aC, na IV dinastia.
KHUFÚ aparece com a clava 'hedj', símbolo do poder e a coroa vermelha do Baixo Egito.
KAFRÁ usa o 'nems' - um toucado típico dos faraós e a barba postiça, símbolo da descendência divina.
MENKAURÁ ostenta a coroa branca do Alto Egito. A tradição afirma que sofreu muito a perda de sua única filha, 'por quem tinha verdadeira adoração. Criou-se até uma lenda em torno disso, dizendo que a princesa se suicidou porque MENKAURA apaixonou-se por ela e a violentou...
As três famosas pirâmides continuam sendo objetos de intensos estudos.
Outra pintura representa o rei DJÓSER, da III dinastia, construtor da primeira pirâmide edificada no Egito : a pirâmide em degraus de Sakára.
Esse conjunto monumental aparece no segundo plano do quadro à óleo, que mostra seu arquiteto IMHETEP escrevendo num papiro, um tratado sobre medicina.
À seguir, vemos um grupo estatuário dos príncipes RAHETEP e sua esposa NEFERT.
É uma das poucas estátuas egípcias de homem com bigode.
Seu corte de cabelo é do estilo 'americano'.
NEFERT ostenta uma larga peruca, ornada de uma tiara com flores estilizadas.
O colorido dos corpos obedece às convenções artísticas do Antigo Império.
"Sobreveio, pois, uma grande fome no país; e Abraão desceu ao Egito para aí viver algum tempo"
(Gênesis, 12-10).
"E Agar, escrava egípcia, deu à luz um menino a Abraão o qual lhe pôs o nome de Ismael... e sua mãe mãe tomou para ele uma mulher do Egito"
(Gênesis, 16-15).
Na vitrina nº 1
estão agrupadas várias esculturas de estatuetas de faraós, nobres e deuses.
Chamamos a atenção para um pequenino ataúde de madeira contendo uma mecha de cabelos da rainha TIÝ (esposa de AMENÓFIS ou AMANHETEP III) e um amuleto desse faraó.
Outro destaque para o grupo estatuário dos deuses AMEN e MUT e para vários bronzes representando a mais famosa tríade divina egípcia : OSÍRIS-ÍSIS-HÓRUS
Na vitrina nº 2,
entre cabeças de vários faraós e rainhas, destacam-se uma graciosa estatueta da dama TOUI ( "Superintendente do Harém de MIN" ), um escriba sendo protegido pelo deus das letras e da sabedoria, representado por um cinocéfalo sagrado e dois bibelôs de terracota esmaltada : hipopótamos com o corpo decorado de plantas aquáticas, evocando a região onde viviam.
O hipopótamo simbolizava a deusa APET, protetora dos partos e da gravidez.
Na parede seguinte, ao alto, você nota algumas gravuras sobre aspectos da vida cotidiana no antigo Egito :
trabalhadores puxando uma esfinge de alabastro;
uma punição a criminosos;
um passeio com a família pelos imensos pântanos do Nilo, onde nasce abundantemente o papiro;
um dentista tratando da boca de um faraó;
os trabalhos de decoração do 'serdab' da tumba de SENEDJEIM.
Abaixo,
da esquerda para a direita, temos um mapa do Antigo Egito, onde está a cronologia de sua longa história, uma coleção filatélica e a redução em escala de um relevo da tumba de SETHI I, onde o vemos recebendo um belo colar de HATHOR, deusa do amor e alegria.
SETHI foi o pai de RAMSÉS II - fêz campanhas militares na Ásia e assinou com os hititas, o 2º tratado de paz da História.
Para sobreviver e chegar ao fastígio de sua civilização, o Egito teve de domar o maior rio do mundo em extensão : o Rio Nilo.
"O Egito é uma dádiva do Nilo"...
Num baixo-relevo de calcário fragmentado, vemos um dos faraós identificado a HÂPI - o espírito vital do Nilo, que dá vida ao Egito.
À seguir,
vemos a estátua de outro escriba.
Os escribas compilavam todos os textos administrativos e jurídicos do Estado egípcio.
Escreviam em caracteres hieráticos e, posteriormente, em demótico, sobre folhas de papiro - uma planta abundante às margens do Nilo.
Ao lado da estátua temos um exemplar ressecado.
Acima, na parede, demonstramos dois fragmentos de folhas de papiro sobre mitologia : foram elaborados utilizando-se o mesmo processo inventado pelos egípcios, há 5.000 anos.
Ao lado,
na pintura da tumba de MENA, percebemos as notáveis características da arte egípcia : ausência da perspectiva e a 'lei da frontalidade'.
Desenhavam o rosto de perfil, para mostrar a ossatura, volume da cabeça e ressaltar as linhas da testa, nariz, boca e queixo.
Os olhos e as orelhas são vistos de frente, para melhor visualização e contemplação recíproca.
Logo abaixo, algumas damas se preparam para um festim.
Na porta dourada de uma urna da tumba de TUTANKHAMEN, você identifica a deusa ÍSIS - mãe de cada governante do 'Trono de HÓRUS".
Aqui ela aparece com suas asas protetoras, pronunciando palavras de beatitudes e prosperidade ao faraó, identificado ao sol.
Ao lado,
o ataúde de MERIMÉS, "Vice-Governador da Núbia" ao tempo de AMENHETEP III, uma estátua colossal de TUTANKHAMEN, mutilada
e uma pintura mostrando OSÍRIS, deus dos mortos.
A vitrina nº 3
mostra alguns exemplares de estelas funerárias e de culto aos deuses.
Sendo produtos de vários períodos da longa história egípcia, podemos atentamente perceber decadências, progressos e tendências estilísticas entre elas.
"José interpretou os sonhos de faraó e tornou-se príncipe na terra do Egito. E faraó deu-lhe por mulher a Asenet, filha de Putifar, sacerdote de Heliópolis"
(Gênesis, 41-45)
"O rei disse a José: teu pai e teus irmãos vieram ter contigo. A terra do Egito está diante de ti; faze-os habitar no melhor lugar, em Gessem"
(Gênesis, 47-5)
A vitrina nº 4
mostra fragmentos originais de linho das bandagens da múmia feminina do Museu Nacional do Rio de Janeiro.
O tecido apresenta-se escurecido por causa das resinas dos embalsamamentos que ele contém.
Outro objeto original é um escaravelho de faiança, perfurada, para confecção de anel, oferecido ao museu pelo Dr. Husseim Sharif, ex-embaixador do Egito.
O escaravelho, para os egípcios antigos, simboliza o nascimento, a existência, a vida que se renova.
Na mitologia, representa o deus KHEPER, encarregado de mover o sol através do espaço cósmico.
Mostramos ainda dois sistros de bronze, usados para afugentar os maus espíritos.
Mais tarde, os sistros serão adotados nos rituais dos templos gregos e romanos.
Observe uma pintura sobre gesso da tumba de NEBAMEN : a família navega num barco de papiro pelos pântanos do Nilo. NEBAMEN abate patos selvagens com um bumerangue. Aí estão muitas espécies de aves, peixes, insetos e um gato selvagem.
"E faraó disse a José : eis que te dou autoridade sobre toda a terra do Egito. E tirou o anel da sua mão e meteu-o na mão dele; e vestiu-lhe um vestido de linho fino, e pôs-lhe ao pescoço um colar de ouro"
(Gênesis, 41-41
A vitrina nº 5
exibe colares do Médio e Novo Impérios, pulseiras, peitorais, anéis, um selo cilindro, uma placa de ouro para fechar o corte abdominal das múmias e a figura dos 4 filhos de RÁ : DUAMUTEF, ANSET, HAPY e KEBESHENUF, que também aparecem na placa de ouro.
As figuras de porcelana eram embrulhadas com as vísceras e depositadas nos vasos kanópicos.
Todos esses peitorais e colares têm simbolismos especiais que, depois, você mesmo poderá conhecer, através das fichas de pesquisa
Na vitrina nº 6
estão algumas das 143 jóias-amuletos que foram embrulhadas junto com a múmia de TUTANKHAMEN.
Temos lindos peitorais, braceletes, pulseiras, brincos, com símbolos e amuletos sagrados, divindades solares e aladas, encarregadas de proteger a venerável múmia do jovem soberano.
Todos esses objetos foram elaborados com ouro 22 quilates ou 'electrum' e apresentam incrustações de lápis-lazúli, cornalina, feldspato verde, alabastro e esmaltes de várias cores.
"José morreu e, embalsamado, foi depositado num caixão do Egito"
(Gênesis, 50-25).
Na sala dos objetos funerários
vemos 5 ataúdes sacerdotais sendo um de uma sacerdotisa, profusamente decorados com imagens de deuses, gênios e de simbolismos religiosos.
O do sacerdote AMEN-SA-AST foi comprado por D.Pedro I, em 1826, do mercador italiano Nicolau Fiengo.
No ataúde de sacerdotisa destaca-se na peruca azul, o par de brincos e suas mãos estão cruzadas sobre o peito.
Entre lamparinas e vasos de alabasto, veja o pilone com o cão ANÚBIS - deus protetor dos embalsamamentos e do ritual funerário : o guardião da tumba de TUTANKHAMEN.
Em todos os túmulos egípcios eram colocados barcos funerários, que simbolicamente levavam a alma dos defuntos ao Reino dos Mortos, onde seriam julgadas no Tribunal de OSÍRIS.
Aí vemos um modelo de bote, em madeira, usado para transporte de cereais - eles conduziam riquezas e desenvolviam a economia egípcia.
Ao seu lado, um baú dourado e esmaltado da tumba de TUTANKHAMEN.
Nesses baús guardavam seus trajes de linho, sandálias e ornamentos cerimoniais
A cadeira da princesa SATAMEN, irmã de TUTANKHAMEN, é um dos mais belos exemplares da marcenaria egípcia.
Executada em ébano, com aplicações em ouro, demonstra, em seu conjunto, requinte e o bom gosto da XVIII dinastia.
Todo o espaldar e braços são decorados com relevos mostrando figuras mitológicas e ela própria, recebendo presentes.
Duas efígies da princesa estão esculpidas no assento.
Apoiado nesse elegante móvel, vemos um flabelo do rei, inteiramente de ouro e penas de avestruz, que ele mesmo caçou no deserto de Heliópolis - como diz um texto hieroglífico, nele inscrito.
O cabo representa a flor do papiro, estilizada.
Destaca-se no conjunto o trono de TUTANKHAMEN, executado em madeira, recoberto inteiramente com lâminas de ouro e incrustado com pedras preciosas daquela época.
No espaldar, o jovem faraó é ungido com perfumes pela rainha ANKHSENAMEN. As vestimentas foram representadas em prata - metal mais precioso que o ouro naquela ocasião.
Entre as pernas do trono, mostrando patas de leão, o símbolo 'sma-tauí' : a união o lótus e do papiro, simbolizando a unificação das 'Duas Terras' - o Alto e o Baixo Egitos.
À frente do trono, um escano para faraó apoiar os pés : nele, a representação dos 9 inimigos tradicionais do Egito, cativos e amarrados, para serem calcados pelos pés do soberano.
Atrás das imagens de HATHOR, deusa do amor e alegria, de PTAH - o criador do mundo e de uma 'shabit', vemos um busto porta-colar de TUTANKHAMEN, com a coroa do Baixo Egito.
Ao seu lado, a magnífica tampa do seu segundo ataúde, de madeira recoberta com lâminas de ouro e inscrustações de pedrarias.
TUTANKHAMEN teve 3 ataúdes - o terceiro é de ouro maciço, 22 quilates.
Os três juntos pesam 1.111 quilos.
Na fronte está o abutre HEKHABIT e a serpente UADJIT, divindades protetoras do Alto e Baixo Egitos. Tinham a incumbência de incutir terror nos inimigos.
Nas suas mãos, os cetros 'heka' e 'nekhaka', que representam o poder sobre os nobres, sobre os servos e vencidos.
"Ó grande deusa celeste NUT - estende tuas asas protetoras sobre mim, pelo tempo em que brilharem as imperecíveis estrelas..." diz o texto hieroglífico.
Cobria o rosto e os ombros da múmia de TUTANKHAMEN essa linda máscara funerária, de ouro maciço, incrustada.
Na fronte, as divindades heráldicas; no queixo, a barba postiça, símbolo da descendência divina.
O faraó contempla a eternidade.
ÍSIS, irmã e esposa de OSÍRIS, Juíz dos Mortos, volta a aparecer numa estatueta do tesouro do TUTANKHAMEN, com um traje feminino típico da XVIII dinastia.
Sobre a cabeça, seu símbolo - o trono.
ÍSIS, a deusa-mãe, gera os faraós que se assentam sobre o trono de HÓRUS e asseguram a estabilidade, a justiça, a retidão e a ordem das coisas pela eternidade...
A múmia de THOTMÉS III, consolidador do Novo Império egípcio, foi encontrada no estado como aí a vemos : os ladrões de sepulturas fizeram um rombo no lugar do coração, para roubar jóias ali depositadas.
THOTMÉS III fez amarrar aos seus pés um punhado de juncos e um remo - no caso de seu barco funerário naufragar, sua alma servir-se-ia desse "bote salva-vidas"...
A múmia, em si, está em estado lastimável...
Ao seu lado, o papiro funerário de DJED-MAAT-ISANKHIM : a defunta apresenta oferendas a OSÍRIS, a ÍSIS e a NÉFTIS.
As inscrições hieroglíficas dizem :
"A defunta apresenta uma oferenda real para Osíris Kentamenti, o príncipe da vida. A ele são dadas flores, alimentos e todas as coisas belas, puras e suaves. Palavras ditas por Osíris, senhor da eternidade e príncipe da vida. A defunta, senhora da casa e cantora de Amen-Rá, rei dos deuses, Djed-Maat-Isankhim, lhe faz uma fumegação..."
Na parede lateral, em cima, a cena do Tribunal de Osíris, extraída do papiro mortuário de ANI.
Vencedor dos obstáculos que lhe surgiram enquanto navegava através do Nilo oculto, o escriba ANI é introduzido na Grande Sala da Verdade pelo deus ANÚBIS, onde faz sua confissão.
Sua alma é pesada na balança de MAAT (deusa da verdade).
THOT (deus do conhecimento e da escrita) anota o resultado.
Se virtuoso, HÓRUS o apresenta a OSÍRIS que, sob o baldaquim, segura os cetros do poder e é amparado por suas irmãs e esposas ÍSIS e NÉFTIS.
À sua frente, os gênios protetores dos kanopos.
Se a alma é considerada impura, o monstro BABAI tritura-lhe os ossos, bebe-lhe o sangue e mastiga-lhe a carne, consumindo-a.
Vemos, ainda, compondo o tribunal, alguns dos 42 advogados de defesa - um para cada pecado do morto.
Tornado um "justificado" perante o Grande Deus, ANI é admitido entre os deuses e apresenta sua oferenda a RÁ, Senhor de Heliópolis.
No Museu de Berlim encontra-se o famosíssimo busto, em calcário pintado, da rainha NEFER-NEFRU-ÁTEN NOFRETET, descoberto em 1907 por Ludwig Borchardt.
É a obra-prima do escultor real THOTMÉS.
NOFRETET ou NEFERTITE ostenta a coroa estilizada do Baixo Egito, embora pintada de cor azul.
O busto demonstra o bom gosto das damas egípcias pelos cosméticos.
Os olhos desse busto são de cristal de rocha, incrustados : o esquerdo se perdeu...
A vitrina nº 7
mostra alguns tipos de máscaras funerárias de outros faraós :
THOTMÉS,
SHESHONK,
a do general UNDEBALDED,
a de YUIA
máscara de YUIA |
e uma máscara feminina da época da decadência, feita em cartonagem de papiro.
Aí também está a cabeça da múmia de SEKENENRÁ-TAA : rei tebano que lutou contra os hiksos... e foi morto numa batalha contra esses invasores do delta do Nilo.
Não apenas os homens eram embalsamados : os corpos dos animais sagrados eram tratados com os mesmos cuidados.
Na vitrina seguinte você identifica alguns exemplares da fauna egípcia: um gato, um falcão e sua múmia, uma íbis e sua múmia...
Outra vitrina reúne um cofre e um sarcófago contendo 'shabits' : são imagens dos servidores que acompanhavam o morto, no além.
A função da 'shabit' era erguer-se e "responder" quando o defunto fosse solicitado para trabalhar no Mundo Inferior.
"Entretanto, levantou-se no Egito um novo rei, que não conhecia José e oprimiu com trabalhos penosos o povo dos filhos de Israel"
(Êxodo, 1-3).
Agora, na próxima vitrina, você vê uma reprodução, em massa plastificada especial, da múmia de MEN-MAAT-RA SETHI I, faraó da dinastia 19 (1.301 aC.), conservada no Museu do Cairo.
SETHI I foi um grande guerreiro ; seus exércitos lutaram na Palestina e buscaram as primeiras vitórias na Babilônia.
Ele assinou com os hititas o segundo Tratado de Paz da humanidade.
Neste museu, a múmia de SETHI I repousa na base do ataúde do engenheiro KÁ, que viveu na dinastia precedente.
"...a filha do faraó o adotou por filho, e pôs-lhe o nome de Moisés... e ele foi instruído em toda a sabedoria do Egito"
(Êxodo, 2-10).
Ao seu lado, a múmia de seu filho e sucessor no trono, o rei USER-MAAT-RÁ SETEPENRÁ RAMSÉS II MERIAMEN, tal como se conserva no Museu do Cairo.
Ela foi descoberta em 1.881, em Tebas.
Em 1966, o exame radiográfico da múmia revelou que RAMSÉS II tinha cáries, abcessos e exposição de raízes.
Faltam-lhe alguns dentes.
Morreu com 96 anos e além de sua favorita, a rainha NEFERTARI, desposou 200 mulheres do seu harém.
Teve 98 filhos e 69 filhas.
Conduziu 20 guerras e assunou com os hititas o 3º Tratado de Paz do mundo !!!
"E o Senhor disse a Moisés : Eu endurecerei o coração de Faraó e multiplicarei meus prodígios e maravilhas nas terras do Egito"
(Êxodo, 7-13).
Na parede, ao lado direito da vitrina das 'shabits', você vê um fac-símile calcográfico elaborado pelo Serviço de Reproduções do Museu do Louvre, de um pequeno alto-relevo mostrando RAMSÉS II, quando criança, com o dedo à boca, usando a trança principesca.
Na vitrina nº 9,
entre máscaras mortuárias de dois faraós, esculturas de troncos e cabeças, destacamos uma linda imagem de ouro do deus AMEN-RÁ, que segura em uma das mãos o símbolo 'ankh', da vida e na outra uma cimitarra, símbolo da fecundidade e abundância.
Ostenta sua característica coroa com as altas plumas, simbolizando todos os lugares abrangidos pela luz do sol.
Sob a vitrina que é destinada a exposições periódicas de assuntos da Egiptologia estão dois bustos :
um, o da rainha-faraó HATSCHEPSUT,
outro, de THOTMÉS III, seu sobrinho.
HATSCHEPSUT está coroada com a coroa "hed", do Alto Egito.
Fazia-se representar, em suas estátuas, com todos os emblemas reais masculinos do poder, inclusive a barba-postiça.
Fez uma extraordinária expedição à terra do Punt e erigiu grandes construções, como o templo de Deir-el-Bahari, em Tebas.
THOTMÉS III foi o fundador do 1º Império mundial - fez 17 campanhas militares na Síria e outras na Núbia.
Levou as fronteiras até o Eufrates e à 5ª catarata do Nilo.
Chegou às ilhas do Mar Egeu e tornou seu dependente o rei de Chipre. Governou 30 anos.
As grandes pinturas que dominam o salão referem-se à tumba de NEFERTARI, esposa principal de Ramsés II : uma princesa hitita.
Na da esquerda, vemo-la com a coroa de altas plumas - usada pelas rainhas no Novo Império.
Na da direita, ela inspeciona os trabalhos de pintura de seu belíssimo túmulo, a ocidente de Tebas.
Em 1922, o arqueólogo inglês Howard Carter descobriu no Vale dos Reis, a famosa tumba semi-intacta de TUTANKHAMEN.
Aí vemos a reprodução, em tamanho natural, de sua múmia, tal como está conservada em seu túmulo, dentro de seu 1º ataúde.
Quando a encontraram, mais de 143 jóias envolviam o corpo mumificado.
Nos dedos vemos cartuchos de ouro e um par de sandálias de ouro nos pés.
Na cabeça, tiaras rituais.
Usaram ungüentos em excesso e as massas gordurosas engrossaram e começaram a decompor a matéria, em vez de a conservar... e até entraram em combustão até certo grau.
Os preparados aglutinaram-se como pixe.
Por isso a pele tem a cor de queimada, quebradiça e cheia de rachaduras.
O crânio foi esvaziado e enchido com resina.
Os olhos não foram bem cuidados.
Os dentes estão em bom estado.
TUTANKHAMEN morreu em 1349 aC., aos 18 anos.
Radiografias do crânio revelam um ferimento na parte detrás da cabeça, indicando hemorragia cerebral.
Aos pés da múmia vemos um jogo 'senet' - o precursor do jogo de damas, muito usado no antigo Egito para diversão de jovens e adultos.
TUTANKHAMEN restaurou no Egito o culto do deus AMEN-RÁ, que fora repudiado por seu irmão AKHENÁTEN [ ou AMENHETEP IV ], seu antecessor no trono.
No baixo-relevo,
AKHENÁTEN, NEFERTITE e BAKETÁTEN, sua filha primogênita, elevam oferendas a ÁTEN : o disco físico do sol, que protege a família com seus 'raios vivificantes'.
A arte desse período foi de tal realismo que até transparece a deformação física do faraó herege.
Na seguinte vitrina com estatuária, destaca-se a elegante figura da rainha KAROMANA, esposa do rei TAKELÓTIS II, confeccionada em bronze e damasquinada com prata, ouro e 'electrum'.
A estátua original, que está no Museu do Louvre, foi comprada por Jen-François Champollion em 1829, no Egito - era uma das esculturas prediletas de Napoleão Bonaparte.
Os lábios de mulher que aí vemos, embora mudos, parecem muito falar das coisas humanas e carnais de que tanto gostavam os egípcios.
Para confeccionar navios para o faraó e para a nobreza, móveis, estatuetas de deuses, oratórios, os egípcios usavam a madeira de cedro, que importavam, em grande quantidade da região libanesa.
Aí você vê um pequeno pedaço dessa madeira, proveniente do Líbano.
A estatueta de ÍSIS amamentando HÓRUS é notável pela feliz conjugação dos estilos gregos e egípcios do período da decadência.
Nesse período passaram a representar, em grande quantidade, as imagens dos deuses com aspecto humano, como você vai reparar na estatueta de HÓRUS, em bronze, ao lado da estatueta funerária de PTAH-SEKER-AUSER.
Na vitrina sobre maquilagem
você conhece uma série de objetos que as damas egípcias usavam para guardar pós, perfumes, cremes, roupas, 'khol', ungüentos, para completar a elegância uma tiara, espelho em bronze para verificar a perfeição dos traços e sombreados, e até um frasco de cerâmica decorado com pétalas de lótus azul, onde diz a inscrição :
"vinho do Baixo Egito para a Osíris dama Menedjem".
Na vitrina 10,
destacamos a figura de um cervejeiro,
um travesseiro em marfim do rei NEFERKARA da V dinastia
e o conjunto estatuário de IRUKAPTAH, com esposa e filho.
IRUKAPTAH foi um ' Intendente dos Celeiros ' - um dos mesmos títulos conferidos a José, filho de Jacob, segundo as passagens bíblicas.
"Do Egito e de Coa eram levados cavalos para Salomão"
(III Reis, 10-28).
"Faraó, rei do Egito, foi e tomou Gazer e queimou-a; e deu-a em dote à sua filha, mulher de Salomão"
(III Reis, 9-16).
Dentro de outra vitrina
veja uma graciosa 'shabit' de ouro do faraó TUTANKHAMEN com a coroa do Baixo-Egito e frases hieroglíficas nela inscritas,
uma outra estatueta do mesmo governante identificado a IHY, o deus da música e da dança,
uma amostra de areia colhida nas proximidades das famosas pirâmides de Gizé
e um pequeno oratório com uma imagem em ouro e prata do deus AMEN-RÁ, que se conserva no Museu Metropolitano de Arte de Nova Iorque.
A cor negra simbolizava ressurreição.
A palavra "ká' simboliza uma das 4 almas dos egípcios.
Essas almas habitavam as entranhas das pessoas e quando elas morriam, retiravam-lhes as vísceras, as embalsamavam e as guardavam em recipientes especiais chamados 'kanopos'.
As vísceras de TUTANKHAMEN foram inumadas dentro de 4 canopos antropormofos de ouro.
O aí reproduzido tráz em seu interior o estômago do faraó.
A frase perpendicular, em caracteres hieroglíficos, diz :
"Palavras proferidas por Neith. Eu cerco com meus braços o que está em mim. Protejo Duamutef, que está em mim. Duamutef, Osíris Rei Nebkheperurá, justificado perante o grande deus."
A cosmogonia do clero hermopolitano explicava a criação do mundo da seguinte maneira : uma flor de lótus brotou misteriosamente no oceano das águas primordiais e, quando desabrochou, expeliu de sua corola o sol - criador de todas as coisas.
A escultura que observamos ao lado do canopo, representa TUTANKHAMEN - o faraó menino - identificado ao sol, nascendo da flor com a forma de uma criança.
À partir da VI dinastia, os faraós receberam o título "Filho de Rá (= sol)".
"Quis, pois, Salomão matar Jeroboão, mas ele retirou-se e fugiu para o Egito, para junto de Sisac, rei do Egito, e ficou no Egito até a morte de Salomão..."
(III Reis, 11-40).
Na vitrina nº 11,
estão vários amuletos sagrados usados pelos faraós,
cacos de cerâmica ou pedaços de calcário chamados 'ostraka', com desenhos satíricos e inscrições,
uma carta em tablete de argila, escrita com caracteres cuneiformes, na qual o rei Assurbalit I da Assíria pede o estabelecimento de relações diplomáticas com o Egito e anuncia o envio de presentes ao faraó AKHENÁTEN,
uma caixinha de marfim com penas de junco e restos de tinta vermelha e azul, usadas na escrituração de papiros,
alguns fragmentos de baixos-relevos
e duas moedas originais fundidas em bronze, com inscrições e efígies de dois reis da dinastia ptolomaica.
Na vitrina nº 12
tem destaque um leque de penas e marfim, onde aparece nos cartuchos os nomes "Nebkheperurá Tutankhamen",
um espanta-moscas,
duas adagas, tendo uma delas com lâmina de ferro sido presente do rei hitita Tushrata ao faraó-menino,
um cetro 'aba' para consagração de oferendas,
peitorais de vários faraós
e um delicado colar de faiança da época de NEFERTITE.
"E o faraó Necao constituiu rei a Eliacim, filho de Josias para reinar no lugar de Josias, seu pai e mudou-lhe o nome em Joaquim"
(IV Reis, 23).
Tampa de um ataúde de nobre egípcio do ano 150 aC - Período Ptolomaico - inteiramente decorado com cenas da mitologia egípcia e frases hieroglíficas extraídas do Livro dos Mortos.
As principais divindades do Juízo aparecem representadas em todo o corpo do ataúde, assegurando proteção e vida eterna ao defunto.
Ao lado da gravura sobre PSAMÉTICO I, faraó que venceu os assírios, está o ataúde em cartonagem dourada do rei SHESHONQ, identificado ao deus HÓRUS, o falcão, segurando o báculo e o chicote, símbolos do poder.
O corpo real está sendo protegido pela fugura alada do deus KHNUN - o modelador dos corpos.
Logo abaixo vemos ÍSIS e NÉFTIS, também aladas, protegendo os nomes do rei. Ainda sob elas acham-se os 4 filhos de HÓRUS, gênios protetores dos canopos e, nos pés do ataúde, as deusas SERKET e NEIT.
SHESHONQ - rei da XXII dinastia, de origem líbia, 935 aC. - é o famoso 'Sisac' da Bíblia que no 5º ano do reinado de Roboão, saqueou o Templo de Jerusalém e arrebatou de lá os tesouros de Salomão.
"Tendo pois, nascido Jesus em Belém de Judá, reinando o rei Heródes, eis que uns magos chegaram do oriente a Jerusalém, dizendo : 'Onde está o rei dos judeus que acaba de nascer ?' E tendo eles partido, eis que um anjo do Senhor apareceu em sonhos a José e lhe disse : 'Levanta-te, toma o Menino e sua Mãe e foge para o Egito e fica lá até que eu te avise, porque Heródes vai procurar o Menino para o matar. E ele, levantando-se, tomou de noite o Menino e sua Mãe e retirou-se para o Egito"
(Mateus, 2-13).
Este museu homenageia também a civilização sumeriana que se desenvolveu ao sul da Mesopotâmia há 4.000 aC. : foram eles, os sumérios, os inventores da escrita, portanto, a primeira cultura histórica.
Na vitrina observamos o belo aspecto dos ornamentos que suas mulheres usavam, imagem de um sacerdote e um selo cilindro.
Na parede, uma das mais antigas e famosas obras de arte sumeriana : o estandarte da paz, que era levado nas procissões, preso a uma vara. É confeccionado em madeira, incrustado com lápis-lazúli, conchas e madrepérolas.
Na primeira faixa, vemos o rei e seus nobres segurando taças, enquanto os servos se preparam para serví-los. Nas faixas subjacentes, outros servos desfilam provisões ou mostram o ritual das colheitas.
Na última vitrina,
estão reunidos objetos artísticos de várias culturas que apareceram e se desenvolveram na América Central, muitos séculos antes de ser descoberta por Cristóvão Colombo : os mixtecas, os olmecas, os toltecas, os totomacas, os zapotecas, os maias e os astecas.
Agora, depois de tomar este contato superficial com o acervo do museu e com a História aqui documentada, você poderá realizar suas próprias pesquisas, colhe das fichas outros detalhes que não falamos.
Desde já agradecemos sua honrosa visita e estamos certos que você divulgará às pessoas de seu relacionamento, tudo o que viu e aprendeu aqui.
peças da coleção de arte do
Museu do Egito.
Senhores pais :
Não deixem de responder às perguntas de seus filhos.
Expliquem-lhes, com conhecimento e sabedoria, essa época histórica vivida por esses nossos antepassados, há 4.ooo anos antes de Cristo.
Demonstrem-lhes os seus interesses de que sejam pessoas instruídas, estudiosas e cultas.
Incentivem neles o gosto pela leitura, pelo conhecimento e pelo saber.
Estimulem suas aptidões e sensibilidades, para que se tornem grandes homens num feliz amanhã.
Youtube :
https://www.youtube.com/playlist?list=PLFkaDKByW_RGQqc_ttTNvBR8VSiiQusNV
Modelo da ficha catalográfica de cada objeto do museu.
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